O aumento na capacidade de geração de energia renovável pode superar o crescimento da demanda global por eletricidade em 2024, resultando em uma redução de 2% na produção de eletricidade a partir de combustíveis fósseis.
No ano passado, pela primeira vez, as energias renováveis responderam por mais de 30% da produção elétrica mundial, impulsionadas pelo crescimento rápido da energia eólica e solar. Em 2000, essa participação era de apenas 19%, predominantemente de hidrelétricas.
Esses dados são de um relatório da Ember, divulgado na quarta-feira (8/5). O relatório projeta que o aumento na geração de energia renovável em 2024 será maior que o aumento da demanda global por eletricidade, levando a uma redução de 2% na geração a partir de combustíveis fósseis, conforme noticiado pela Bloomberg. A Reuters destaca que, pela primeira vez desde 2000, a produção global de eletricidade proveniente de combustíveis fósseis deverá cair para menos de 60% do total.
Nos últimos dez anos, a eletricidade gerada por fontes renováveis ajudou a desacelerar o crescimento da geração a partir de combustíveis fósseis em quase dois terços. Dave Jones, diretor de insights globais da Ember, afirmou ao Guardian que “o futuro das energias renováveis chegou”, destacando o crescimento mais rápido do que o esperado da energia solar.
Em 2023, a energia solar foi a maior contribuinte para o aumento da geração de eletricidade, superando em mais de duas vezes a nova capacidade gerada pelo carvão, segundo a Ember.
Ricardo Baitelo, gerente de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), enfatiza a importância de comemorar esse marco da participação das renováveis na matriz elétrica global, especialmente em vista da meta ambiciosa de triplicar a capacidade instalada até o final da década, estabelecida na COP28. O Brasil, alinhado com essas metas, tem visto um crescimento significativo em energia solar e eólica nos últimos dois anos. Ele alerta, no entanto, para a necessidade de investimentos em infraestrutura de transmissão e armazenamento de energia para manter essa trajetória e reduzir a dependência de termelétricas a combustíveis fósseis.
O relatório da Ember foi repercutido por diversos veículos, incluindo Renewables Now, Business Times, UOL, IstoÉ e Estado de Minas, destacando o avanço das energias renováveis.